Micrographia é o título da obra escrita em 1665 pelo cientista inglês Robert Hooke, que contém a descrição detalhada de cinquenta e sete observações realizadas com o microscópio que o próprio autor fabricou, e três observações telescópicas. A obra foi recebida com entusiasmo por uma parte da comunidade científica europeia. Hooke tinha 28 anos quando a escreveu. A obra foi uma oferta da Royal Society de Londres para impressionar positivamente o monarca inglês.
A obra foi escrita numa linguagem clara, humorística em alguns casos, e os desenhos apresentavam pela primeira vez, com uma qualidade artística apreciável, aspectos desconhecidos até então de fatos de natureza microscópica. Mais importante foi o caminho que abriu para a utilização de instrumentos para descrições científicas da natureza e as novidades que trouxe em diversos campos. Nesta obra aparece pela primeira vez o termo célula, ao referir-se aos poros observados numa fina lâmina de cortiça, que faziam lembrar ao autor, as celas dos monges. Também descreveu pela primeira vez a estrutura do gelo, a neve e os cristais de urina. A interpretação sobre as observações microscópicas de fósseis, consideram-se como uma das primeiras proposições da teoria da evolução biológica. Neste livro também se encontra o primeiro registro da possibilidade de se produzir uma fibra têxtil artificial.
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