Pteridófitas
Samambaias, avencas,
xaxins e cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas
do grupo das pteridófitas. A palavra pteridófita vem do grego pteridon, que significa 'feto'; mais phyton,
'planta'. Observe como as folhas em brotamento apresentam uma forma que
lembra a posição de um feto humano no útero materno. Antes da invenção
das esponjas de aço e de outros produtos, pteridófitas como a
"cavalinha", cujo aspecto lembra a cauda de um cavalo e tem folhas muito
ásperas, foram muito utilizadas como instrumento de limpeza. No Brasil,
os brotos da samambaia-das-roças ou feto-águia, conhecido como alimento
na forma de guisados.
Cavalinha, pteridófita do gênero Equisetum. |
Atualmente, a importância das
pteridófitas para o interesse humano restringe-se, principalmente, ao
seu valor ornamental. É comum casas e jardins serem embelezados com
samambaias e avencas, entre outros exemplos.
Ao longo da história evolutiva da Terra, as pteridófitas foram os primeiros vegetais a apresentar um sistema de vasos condutores de nutrientes.
Isso possibilitou um transporte mais rápido de água pelo corpo vegetal e favoreceu o surgimento de plantas de porte elevado.
Além disso, os vasos condutores representam uma das aquisições que
contribuíram para a adaptação dessas plantas a ambientes terrestres.
Samambaia |
Xaxin
|
O corpo das pteridófitas possui raiz, caule e folha. O caule das atuais pteridófitas é em geral subterrâneo,
com desenvolvimento horizontal. Mas, em algumas pteridófitas, como os
xaxins, o caule é aéreo. Em geral, cada folha dessas plantas divide-se
em muitas partes menores chamadas folíolos.
A maioria das pteridófitas é terrestre e, como as briófitas, vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.
Reprodução das pteridófitas
Da mesma maneira que as briófitas, as pteridófitas se reproduzem num ciclo que apresenta uma fase sexuada e outra assexuada.
Para descrever a reprodução nas pteridófitas, vamos tomar como exemplo uma samambaia comumente cultivada (Polypodium vulgare).
Soros nas folhas de samambaia |
Para descrever a reprodução nas pteridófitas, vamos tomar como exemplo uma samambaia comumente cultivada (Polypodium vulgare).
A samambaia é uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada esporófito
Em certas épocas, na superfície inferior das folhas das samambaias formam-se pontinhos escuros chamados soros. O surgimento dos soros indica que as samambaias estão em época de reprodução - em cada soro são produzidos inúmeros esporos.
Quando os esporos amadurecem, os soros se
abrem. Então os esporos caem no solo úmido; cada esporo pode germinar e
originar um prótalo, aquela plantinha em forma de coração mostrada no
esquema abaixo.
O prótalo é uma planta sexuada, produtora de gametas; por isso, ele representa a fase chamada de gametófito.
Ciclo reprodutivo das samambaias
O prótalo das samambaias contém estruturas onde se formam anterozóides e oosferas.
No interior do prótalo existe água em quantidade suficiente para que o
anterozóide se desloque em meio líquido e "nade" em direção à oosfera,
fecundado-a. Surge então o zigoto, que se desenvolve e forma o embrião.
O embrião, por sua vez, se desenvolve e
forma uma nova samambaia, isto é, um novo esporófito. Quando adulta, as
samambaias formam soros, iniciando novo ciclo de reprodução.
Como você pode perceber, tanto as briófitas como as pteridófitas dependem da água para a fecundação.
Mas nas briófitas, o gametófito é a fase duradoura e os esporófitos, a
fase passageira. Nas pteridófitas ocorre o contrário: o gametófito é
passageiro - morre após a produção de gametas e a ocorrência da
fecundação - e o esporófito é duradouro, pois se mantém vivo após a
produção de esporos.
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